18 de janeiro de 2012

Passando o "Tempo"

A entidade física 'tempo' sempre me fascinou. A razão eu não sei. Talvez seja por que ela não respeita poderes e títulos e arrasta tudo ao seu fim; talvez seja por que a sua relatividade atua com tanta força em minha vida que  nas sequências dos seus segundos, que formam os minutos, que formam as horas, que formam os dias, que formam as semanas, que formam os meses, que formam os anos e, que por fim, formam a minha existência, me obriga a passar por situações de alegria e de dor que são absolutas para mim. O fascínio talvez venha por não sabermos até que ponto ela simplesmente não existe quando estamos perdidos em sonhos perto da velocidade da luz; ou talvez seja por que se a perdemos não temos a menor chance de a recuperarmos; ou talvez seja por que ela me envelhece, e meu corpo insiste em lhe obedecer as ordens, entretanto, me traz aprendizado; ou quem sabe é por que ela vai construindo momentos em minha mente que vão sendo guardadas na lembrança, e que essas lembranças ao serem despertadas causam uma certa nostalgia misturada com dor e alegria ao mesmo tempo; ou talvez seja por que ela me traz esperanças, uma vez que possui como subconjunto o futuro. Quem sabe é tudo isso ao mesmo 'tempo'.
Entenderam? 
Tudo bem! Depois eu explico melhor, é que já são três horas da manhã e a febre da minha filha já baixou, posso dormir agora. Ainda dá tempo.


15 de janeiro de 2012

Deixai vir a mim...

Podes vir. Já está tudo preparado para a sua chegada. A sua casa é uma casa simples, não temos luxo, entretanto, já conta com três irmãozinhos que te aguardam ansiosamente e não vêem a hora de te conhecer. Nós, teus pais, apesar dos defeitos, já o amamos e continuamos com as mesmas ansiedades como as do  primeiro filho. Vou te contar algumas coisas aqui da Terra. Apenas algumas por ora, pois que outras deixarei para te sussurar quando dormires em meus braços. A sua mãe é uma mulher excepcional. Com ela você aprenderás a ter persistência e a determinação. A Helena tem aquele mesmo jeito mandão de sua mãe, mas possui um grande amor e cuidado com seus irmãos menores. O Heitor é de uma convivência muito agradável, difícil vê-lo de mau humor e sem aquele sorriso despreocupado. O Henrique, por sua vez, é elétrico, não fica quieto um segundo sequer, enquanto ele estiver acordado estamos em atividade. E eu, daquele jeito que você já sabe, meio filho de mineiro comendo pelas beradas e meio filho de goiano que adora um pequi com arroz.
 Portanto, a partir de agora, a sua vinda vai depender apenas de você, já estamos preparados, não demore.

9 de janeiro de 2012

Uma rosa para o meu amor

Existem alguns erros que são perdoáveis quando a intenção tem como pano de fundo o amor. E um deles é quando a gente invade um jardim alheio e rouba uma rosa para quem se ama. E foi justamente isso que fiz hoje. Entrei em um jardim alheio (bobagens da alma) e roubei uma rosa (poema) e vou dedicá-la à minha esposa, porque, afinal de contas, "o amor não precisa de motivos".


"Ele faz rir. Ela se diverte.
Ele conforto. Ela, sofisticação.
Ele é raiz. Ela, folha que balança com o vento.
Ele come um filé bem passado. Ela, camarão.
Ele assiste Top Gun e Onze Homens e um Segredo.
Ela, Uma Linda Mulher e A Espera de um Milagre.
Ele é um beijo intenso. Ela, um suspiro apaixonado.
Ele faz tudo a seu tempo. Ela é cobrança constante.
Ele, livros, filmes e jogos. Ela, bolsas, sapatos e perfume.
Ele ouve música internacional. Ela, Música Popular Brasileira.
Ele sente o vento enquanto pedala. Ela flutua na água enquanto nada.
Ele mistura doce com salgado. Ele retira cada uva passa do arroz à grega.
Ele, dorme mais cinco minutinhos. Ela, é desejo de pontualidade constante.
Ele, razão. Ela, emoção. Ele, no final vai dar tudo certo. Ela, ansiedade diante do incerto.

Mas juntos são mais.
São família. São planos. São um lar.
Diálogo, boas risadas e um ideal em comum.
Tomam banho de ducha sob o sol de domingo.
E planejam os filhos e as férias que hão de vir.
Há quem fale em completar-se no outro.
Eu não acredito, viemos completos, cada qual com sua qualidade e defeito.
E é preciso amar, tanto um, quanto o outro.
Tenho dito: o amor não precisa de motivos."

Poema retirado do blog bobagens da alma de Agda Y.

8 de janeiro de 2012

Provérbio familiar

Trate bem a sua sogra e cunhadas hoje, pois elas são, ao menos em potencial, as suas babás de amanhã.

5 de janeiro de 2012

Ciumento? Eu?!

Estava eu e minha família numa destas festas de aniversário de criança filha de amigo do trabalho, quando o filho de um deles me chega e dá um baita abraço e um beijo na minha filha. A festa acabou a graça na hora. Eita festinha mal organizada, sem graça e de mau gosto. Naquele momento me bateu uma vontade louca de dar um cascudo naquele moleque abusado. Deu um aperto no peito, um nó no estômago e um amargo na garganta. Ora, como pode! a minha filha com apenas três anos de idade! As vistas  se turvaram e quase o arremessei  pela janela. Passei o resto da festa sentado à mesa emburrado, não vendo a hora de ir embora. O pior é que é eu quem fico como o errado, o ciumento. Já estou fazendo os planos de ação para quando chegar a adolescência e aqueles assuntos de namorados e tudo mais.
O plano funciona mais ou menos assim: vou fazer um churrasco em minha casa e convidar o "namoradinho" da minha filha para almoçar com a gente. Vou colocar o danado sentado debaixo de um sol de meio-dia, dar uma salgadinha na carne e tocar coca cola quente no pentelho. Se ele não desidratar ou sair correndo até o final do churrasco vou ter que passar para a fase 2 do plano. A fase 2 não sei como vai ser, mais ainda tenho pelo menos uns dez anos para pensar nela. 
A bem da verdade é que cachorro que ladra não morde, e eu estou apenas curtindo aquele velho e bom ciúmes de pai, e todo pai sempre quer a felicidade de seus filhos. Ainda não sei como vou me portar quando  chegar esse momento, mas por enquanto não vou pensar nisso, porque o que importa para mim hoje é continuar sendo o super-homem da minha filha, o seu super-herói. E eu quero aproveitar bem esta fase pois que passa muito rápido.